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5 erros a evitar se vai comprar casa

Indíce

Comprar uma casa é uma das decisões mais significativas na vida de qualquer pessoa.
Trata-se de um compromisso financeiro e emocional de longo prazo, o que torna indispensável que seja feito de maneira informada, responsável e cautelosa.
Para ajudar os futuros compradores, este artigo apresenta os cinco principais erros que devem ser evitados ao adquirir uma habitação própria, garantindo assim, que o processo seja mais seguro e eficiente.
 
Segundo o Observatório do Mercado da Habitação, as motivações mais comuns para a compra de casa, em Portugal, incluem o caráter de investimento, a semelhança dos custos entre arrendamento e aquisição, e a ideia de deixar um legado familiar. De acordo com o Eurostat, 77,3% dos portugueses vivem em habitação própria, superando largamente a percentagem daqueles que vivem em casas arrendadas. Apesar de ser um objetivo almejado por muitos, esta decisão exige um planeamento detalhado, pois envolve um impacto financeiro considerável, sobretudo com o aumento de famílias que adquirem casa própria recorrendo a crédito.
 
Antes de avançar com esta decisão, é fundamental conhecer os erros mais frequentes para evitá-los. Abaixo, abordamos os cinco principais.
5 erros a evitar na compra de casa
  1. Falta de Avaliação Financeira e Estabilidade

Antes de comprar uma casa, é essencial avaliar honestamente a sua situação financeira e estabilidade profissional. Não basta ter a aprovação do banco; o comprador precisa garantir que consegue arcar com os encargos mensais, sem comprometer o orçamento familiar. Pergunte-se:
 
Tenho capacidade financeira para honrar as prestações? Calcule um teto máximo para o valor da prestação mensal e certifique-se de que ainda sobra margem para imprevistos, como despesas de saúde ou reparações inesperadas.
 
Tenho estabilidade no emprego? Se estiver num período de experiência ou com vínculo temporário, pode ser mais prudente adiar a decisão. Uma mudança repentina de situação profissional pode impactar a capacidade de cumprir as prestações.
 
Consigo pagar o sinal exigido? Os bancos financiam, normalmente, até 90% do valor do imóvel, cabendo ao comprador pagar os restantes 10%. Este montante é exigido no momento do contrato-promessa de compra e venda (CPCV). Quanto maior for o sinal, menor será o montante financiado, o que pode reduzir os encargos futuros.
 

Subestimar os Custos Associados

Adquirir uma casa vai além do preço do imóvel. Muitos compradores focam-se apenas na prestação do crédito, esquecendo-se de outros encargos, como:
 
Custos burocráticos: A escritura, o registo do imóvel e o processo de crédito bancário, acarretam despesas adicionais que podem somar valores significativos.
 
Impostos: A compra de um imóvel implica o pagamento de diversos impostos, como o Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), o Imposto de Selo e o IMI, que é pago anualmente.
 
Seguros: A contratação de crédito exige um seguro de vida, bem como um seguro multirriscos ou contra incêndios. Pesquise bem as opções disponíveis, pois os custos podem variar consideravelmente.
 
Condomínio e utilidades: Para imóveis em propriedade horizontal, há encargos regulares com condomínio. Além disso, deve considerar despesas habituais, como água, luz, gás e internet.

 

Desconhecimento dos Processos de Financiamento

Um dos maiores erros ao comprar casa é não compreender os termos e condições do crédito habitação. Antes de se comprometer, familiarize-se com conceitos como:
 
– MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor): Refere-se ao custo total do crédito, incluindo juros, comissões e outros encargos.
 
– TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global): Representa a taxa que reflete o custo total do financiamento anual.
 
– Taxa de juro fixa ou variável: A taxa fixa mantém a prestação inalterada durante todo o contrato, enquanto a taxa variável depende da Euribor, podendo aumentar ou diminuir ao longo do tempo.
 
Compare propostas de diferentes bancos e escolha a mais vantajosa. Lembre-se de que não é obrigatório contratar o seguro do próprio banco, podendo pesquisar alternativas mais competitivas.
 

Negligenciar a Documentação do Imóvel

Toda a propriedade possui documentação legal que deve ser analisada cuidadosamente. Antes de fechar negócio, peça os seguintes documentos:
 
– Certidão Permanente Predial: Confirma a titularidade do imóvel e a existência de ónus ou encargos.
– Caderneta Predial: Informa a descrição fiscal do imóvel.
– Licença de Habitabilidade: Comprova que o imóvel é adequado para uso residencial.
– Ficha Técnica da Habitação: Detalha características da construção.
– Certificado Energético: Classifica a eficiência energética do imóvel.
 
Além disso, a lei exige que o vendedor forneça informações sobre encargos de condomínio em atraso, uma vez que o comprador pode ser responsabilizado por dívidas existentes.
 

Ignorar a Localização e as Condições da Propriedade

A localização é um fator crucial na valorização e funcionalidade de um imóvel. Certifique-se de que a casa está numa área com bons serviços, como escolas, supermercados, farmácias e transportes públicos. Avalie, também, questões práticas como estacionamento e segurança.
 
Em relação ao estado do imóvel, verifique com atenção a existência de problemas estruturais, como infiltrações, desgaste nas madeiras ou janelas antigas sem vidros duplos. Um imóvel bem conservado reduz a probabilidade de despesas inesperadas no futuro.
 
Comprar uma casa é um sonho, para muitos, e um marco importante na vida. No entanto, para evitar arrependimentos, é essencial planear cada etapa com cuidado e tomar decisões fundamentadas. Evitar os erros, acima mencionados, ajuda a garantir uma transação mais tranquila e segura, permitindo que a nova casa seja motivo de alegria e não de preocupações.
 
Se está a pensar em comprar casa, lembre-se de que a proteção financeira é tão importante quanto o imóvel em si.

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